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Home Office: Sai ou Fica?

Foto do escritor: Marcelo CamargosMarcelo Camargos

O home office é um termo que volta e meia está na pauta. Há quem ame, há quem condene. O trabalho remoto, que já foi considerado vilão e inovação, hoje é um híbrido entre eficiência para uns e ineficiência para outros.

Antes de explicar meu ponto de vista sobre o home office, preciso contextualizar o motivo de eu me sentir tão à vontade para falar sobre isso.


Minha experiência com o home office


Desde o início da minha carreira, lá no começo dos anos 2000, eu já executava atividades remotas, como manutenções pontuais em servidores de internet e acesso remoto a máquinas de clientes. No entanto, considero que experimentei de fato o home office entre 2007 e 2008, quando executei alguns projetos inteiros à distância. Eles não eram muito longos nem aconteciam sempre, mas já era comum eu passar uma semana inteira trabalhando exclusivamente de casa para um cliente que eu nunca tinha visitado presencialmente.


Desde então, passar algum tempo trabalhando remotamente se tornou comum. Até que, em 2012, me mudei de Belo Horizonte e me tornei um dos primeiros funcionários da empresa a trabalhar exclusivamente em home office. Lembro que foi uma situação estranha, ninguém sabia bem como lidar com isso. Além disso, foi um grande desafio, pois, apesar de já ter anos de experiência com projetos remotos pontuais, eu sempre estava próximo de colegas de trabalho e visitava clientes. O home office era como um “bônus”.


Dessa vez, não. Todos os dias, o dia todo, era apenas eu, sozinho em casa, trabalhando. Aos poucos, fui aprendendo a me sentir melhor. Testei várias abordagens e rotinas e comecei a criar combinados comigo mesmo. Por exemplo, não importava se eu estava em casa, eu me arrumaria para trabalhar. Alguns dias da semana, eu almoçava fora e saía ao final do dia para pelo menos uma caminhada. Com o tempo, isso foi funcionando, se tornou parte da minha rotina e passou a ser extremamente satisfatório para mim.


O Aprovador e a cultura do trabalho remoto


Algum tempo depois, em 2014, o Rodolfo, que morava em Belo Horizonte, me ligou e conversamos sobre uma oportunidade de negócio. Desde então, começamos a trabalhar juntos – remotamente, é claro – todas as noites, no que viria a ser o Aprovador.


Ou seja, desde o dia zero, o Aprovador é uma empresa remota. Os dois fundadores começaram juntos em cidades diferentes. Quando nos encontramos pessoalmente, a primeira versão do Aprovador já estava pronta!

Hoje, em 2025, o home office é algo supercomum e natural. Mas em 2014, não era. Desde o início, enfrentamos muitos desafios, principalmente do ponto de vista dos negócios.


Em 2015, era extremamente desafiador ligar para uma grande indústria oferecendo um aplicativo de aprovações corporativas, marcar uma reunião via Zoom (na época usávamos o Zoom, hoje usamos o Google Meet), apresentar o produto e converter em cliente. Isso não era comum. As grandes empresas esperavam que você fosse até lá, de roupa social, para apresentar o seu produto.


Foi difícil, mas deu certo. Dos mais de 300 clientes do Aprovador, fomos presencialmente a apenas dois – justamente os dois primeiros. Os demais foram conquistados por meio de reuniões remotas, ligações, apresentações, demonstrações, períodos de teste e, finalmente, fechamento de contrato.


Com o crescimento da empresa, os desafios também aumentaram, principalmente no que diz respeito à integração e motivação de todos, inclusive da equipe comercial, que em geral é muito enérgica e gosta bastante de se comunicar. Esse é um assunto que sempre nos preocupa, e por isso adotamos algumas práticas para tornar o home office mais funcional aqui no Aprovador.

Um exemplo é o AprovaPapo, um bate-papo informal onde toda a equipe se reúne uma vez por mês, e alguém faz uma apresentação sobre um tema que gosta muito. Já falamos sobre tudo, desde Física Espacial até Airfryer.


O home office faz parte de quem somos. É um dos pilares da nossa cultura. Em 2025, o Aprovador completa 10 anos e somos uma empresa 100% remota desde o início!


Os 3 pilares para um home office eficiente


Recentemente, tem havido uma grande pressão, principalmente por parte das empresas maiores, pelo fim do home office e o retorno ao trabalho presencial.

Durante a pandemia, não havia alternativa – ou era remoto, ou nada. Após o isolamento, muitas empresas se adaptaram ao modelo, mas, aos poucos, a ideia foi perdendo força. Algumas adotaram o modelo híbrido, que também já está caindo em desuso. Agora, a ordem é voltar 100% para o presencial.

Embora eu entenda os argumentos dessas empresas e de seus gestores, discordo em alguns pontos fundamentais. Mas não julgo a decisão de ninguém.


Não acredito que haja um modelo fixo, uma fórmula 100% aplicável a todos. O que funciona para mim pode não funcionar para outro, e vice-versa. Cada empresa e cada grupo de pessoas possuem um conjunto de variáveis que os tornam únicos. Por isso, os modelos de trabalho também devem ser únicos.

Do ponto de vista empresarial, baseio minha visão em três pilares para estruturar bem um cenário de home office:


1. Cultura


A cultura da empresa é algo muito sério. O fundador pode criar as primeiras diretrizes, mas, com o tempo, elas vão se moldando e recebendo novos “temperos”. Um desses temperos é o home office.


Gostando ou não, praticamente todas as empresas tiveram que adotar algum nível de trabalho remoto durante a pandemia. Essas mudanças deixaram marcas, e, em alguns casos, essas marcas ficaram tão fortes que removê-las seria como remover parte da cultura da empresa.


2. Números


Embora exista a máxima de que "contra números não há argumentos", tomo sempre muito cuidado com isso. Olhando apenas para os aspectos numéricos, as conclusões podem parecer lógicas e racionais.


Por exemplo, se uma empresa percebe que a produtividade presencial é 20% maior do que no home office, a decisão parece óbvia. No entanto, no mundo empresarial, os números precisam estar ancorados em fatores intangíveis e até holísticos. É justamente aí que vem o meu próximo pilar.


3. Visão dos fundadores


Fundadores de empresas de sucesso têm uma visão única do que é seu negócio. O mérito de tirar uma empresa do zero e transformá-la em algo relevante, na maioria das vezes, vem dessa visão.


Muitas vezes, essa intuição não pode ser explicada racionalmente, mas é justamente isso que faz a empresa ser única e bem-sucedida. Essa percepção deve ser levada em consideração, pois ela acompanha o fundador o tempo todo, desde quando acorda até quando dorme.


Mas e aí, qual será o futuro do home office?


Embora não exista certo ou errado, considero muito válida a discussão sobre voltar ou não ao trabalho presencial. As empresas sofrem perdas ou ganhos baseados nesses três pilares.


No final das contas, o próprio mercado, ao longo do tempo, apontará quais estratégias são vencedoras e quais não são.


O que posso dizer é que, no Aprovador, o home office sempre existiu e sempre funcionou! Não temos planos de mudar. Muito pelo contrário, queremos elevar ao máximo o que é possível fazer e entregar trabalhando remotamente.


Se você procura uma empresa 100% remota, consulte nossas vagas abertas no LinkedIn clicando aqui!


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